Gestão de fornecedores
Resiliência da cadeia de suprimentos: 7 maneiras de alcançar
A resiliência da cadeia de suprimentos pode ser definida como a capacidade de uma empresa de se recuperar perante os problemas relacionados a essa área. Tal característica inclui também se antecipar aos obstáculos, encontrar meios de se recuperar e conseguir se fortalecer a partir deles.
Um dos principais objetivos desse conceito é garantir que o negócio continue operando e gerando os resultados esperados após passar por situações que abalam seu fluxo de abastecimento.
Ao conseguir isso, é possível se beneficiar com operações mais eficientes, aumento da produtividade e redução de riscos, entre vários outros pontos positivos.
Porém, para chegar a resultados como esses, é preciso entender como funciona a resiliência da cadeia de suprimentos e quais fatores a impactam. Em seguida, deve-se adotar estratégias que ajudem a implementar esse conceito no seu negócio.
É justamente sobre isso que falaremos neste artigo. Então, siga a leitura e confira tudo sobre esse importante tema agora mesmo.
O que é uma cadeia de suprimentos resiliente?
Uma cadeia de suprimentos resiliente é aquela que tem a capacidade de se recuperar e voltar à forma original de funcionamento após passar por problemas e adversidades. Trata-se também de uma dinâmica operacional flexível, que consegue responder rapidamente a rupturas em seu fluxo, garantindo que a empresa continue funcionando.
Para esse conceito ficar mais claro, vale a pena explorar um pouco o que significa o termo resiliência.
Em uma pessoa, essa é a capacidade que ela tem de retornar ao seu estado normal, especialmente psicológico e mental, após passar por problemas que afetaram seriamente sua vida e rotina.
Ainda que haja adversidades, a pessoa é capaz de lidar com a situação, resistir a ela, aprender com o momento e seguir em frente.
No ambiente de trabalho, um profissional resiliente é aquele que se adapta bem às mudanças, sejam elas positivas ou negativas. Ele é flexível, consegue aceitar bem as críticas, é persistente, sabe trabalhar em equipe e assim por diante.
Trazendo tudo isso para uma empresa, fica mais fácil entender que a resiliência da cadeia de suprimentos acontece quando essa área consegue se restabelecer após adversidades, muitas vezes, tornando-se mais eficiente do que era antes do impacto.
Dica de leitura: "Resiliência empresarial: por quais motivos é importante?"
4 fatores que impactam a resiliência de uma cadeia de suprimentos
Ao alcançar a uma cadeia de suprimentos resiliente, não pense que o "trabalho está terminado". Mudanças nos mercados e na economia acontecem o tempo todo, por isso, essa característica, ainda que já tenha sido conquistada, pode sofrer novas mudanças.
Entre os fatores que impactam a resiliência de uma cadeia de suprimentos, os mais comuns são:
estruturação da rede de abastecimento;
elaboração de um plano de contingência;
localização das empresas fornecedoras;
diversificação de fornecedores.
Confira mais detalhes!
1. Estruturação da rede de abastecimento
Dependendo do porte da empresa, a rede de abastecimento é bastante robusta e formada por diversos fornecedores e intermediários. Ainda que essa estrutura seja necessária para o funcionamento do negócio, é essencial que os gestores encontrem meios de reduzir sua complexidade.
Isso é importante porque, quanto mais complexa for a cadeia de suprimentos, maiores as chances de se tornar vulnerável. Por esse motivo, o ideal é rever os processos e eliminar os repetitivos e/ou desnecessários.
2. Elaboração de um plano de contingência
Outro fator que impacta a resiliência da cadeia de suprimentos é o plano de contingência que a empresa tem definido para adotar em situações emergenciais.
Esse planejamento precisa abranger o máximo de cenários possíveis e apontar como os profissionais de compras e procurement devem agir ao se deparar com cada uma dessas situações.
O plano de contingência também deve indicar responsabilidades e medidas de mitigação de riscos. Quanto mais detalhado, mais fácil para conseguir se sair bem do problema.
3. Localização das empresas fornecedoras
Quanto mais longe a empresa fornecedora está da sua, geograficamente falando, maiores as chances de contratempos no fluxo de abastecimento. Por outro lado, dependendo do tipo de fornecedor, sabemos que esse é um risco que precisa ser absorvido.
Nesse caso, é fundamental definir medidas que podem rapidamente ser adotadas caso haja atrasos nas entregas devido à distância, questões climáticas, econômicas e afins.
Um exemplo de prática simples, mas que pode ajudar bastante, é enviar os pedidos em um prazo seguro e longo para garantir que o estoque não acabe antes da entrega dos insumos.
4. Diversificação de fornecedores
Depender de um único fornecedor é perigoso para todas as empresas, independentemente do porte ou segmento. Qualquer problema que esse parceiro comercial tiver, pode afetar seriamente as operações e, conforme o caso, levar a significativas perdas financeiras, incluindo o fechamento do negócio.
Por isso, quando o assunto é resiliência da cadeia de suprimentos, um dos principais fatores de impacto é a diversificação de fornecedores.
Ao montar uma rede de abastecimento com diversas empresas fornecedoras, a sua pode se beneficiar com:
possibilidade de pagar menos pelos bens ou serviços que precisa para as operações;
facilidade de migrar entre um e outro fornecedor, se algum apresentar problemas;
menos riscos de sofrer desabastecimento.
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Como funciona a resiliência da cadeia de suprimentos?
A resiliência da cadeia de suprimentos funciona a partir de três pilares principais, que são:
prevenção;
preparação;
reação.
Prevenção
Nessa primeira etapa, é indicado adotar medidas como:
análise de dados internos e externos, a fim de usar os acontecimentos passados para prever o que está por vir;
simulação de cenários, os quais podem ser criados a partir da análise dos dados;
monitoramento constante do mercado, da economia, de fatores climáticos, governamentais e das mudanças de comportamento dos consumidores.
Preparação
Consiste em preparar a cadeia de suprimentos para as situações previstas. Isso pode ser feito das seguintes maneiras:
montando estoques estratégicos;
construindo bons planos de contingência;
treinando adequadamente os profissionais para lidar com diferentes situações;
diversificando a rede de fornecedores.
Reação
Trata-se de colocar em prática as medidas definidas para garantir a resiliência da cadeia de suprimentos. Para isso, é preciso:
adquirir a capacidade de implementar rapidamente o plano de contingência sempre que necessário;
manter uma comunicação clara com todos os stakeholders sobre as práticas adotadas para garantir o funcionamento da empresa, mesmo em momentos de crise;
adaptar o planejamento, caso o ocorrido seja diferente do que foi previsto.
Leia também: "Qual a importância da resiliência organizacional e como aprimorá-la na sua empresa?"
7 benefícios da resiliência da cadeia de suprimentos
Uma cadeia de suprimentos resiliente traz uma série de vantagens para a empresa. Esses pontos positivos, inclusive, refletem na imagem, no posicionamento no mercado e no relacionamento com investidores, parceiros de negócios e clientes.
Entre os principais benefícios da resiliência da cadeia de suprimentos, estão:
continuação das atividades, menos durante o enfrentamento de problemas;
possibilidade de reduzir custos com compras e aumentar a margem de lucro;
aumento do nível satisfação dos clientes finais, decorrente da entrega de produtos/serviços com mais qualidade e no prazo;
mitigação de diversos riscos, principalmente de desabastecimento e financeiro;
operações mais eficientes, fluidas, dinâmicas e precisas;
aumento da produtividade dos times de compras e procurement;
construção de relacionamentos estratégicos com os fornecedores.
Qual a importância da resiliência da cadeia de suprimentos?
Ainda que o fluxo de compras de uma empresa funcione bem e que a rede de abastecimento seja formada por fornecedores confiáveis e devidamente qualificados, nenhum negócio está livre de passar por adversidades.
O impacto nas cadeias de suprimento durante a pandemia de covid-19, em todo o mundo, é um ótimo exemplo de situação que confirmou o quanto é importante os gestores prepararem suas companhias para diversos cenários.
Na ocasião, problemas como escassez de produtos, aumento nos preços, obstáculos logísticos e interrupção nas produções vieram à tona, sendo que a falta de preparo para situações adversas foi o que mais causou perdas para as companhias.
É claro que a pandemia foi uma questão atípica. Porém, ela serve como exemplo quando o assunto é mostrar a relevância de uma empresa estar preparada para enfrentar situações além das esperadas.
Um dos motivos pelos quais a resiliência da cadeia de suprimentos é importante é justamente esse: criar estruturas que deem a um negócio a capacidade de se restabelecer perante os mais variados problemas e obstáculos, aprender com eles e sair mais forte e preparado do que era antes.
Aproveite e leia também: "Mudança no cenário de procurement: entenda o momento"
Como melhorar a resiliência da cadeia de suprimentos?
Para chegar a resultados como esses que acabamos de mencionar, é preciso adotar boas estratégias para uma cadeia de suprimentos resiliente. Entre as mais indicadas, estão:
avaliar os riscos continuamente;
monitorar indicadores de desempenho;
diversificar a base de fornecedores;
criar relacionamentos estratégicos com esse parceiros;
definir um bom plano de contingência;
testar diferentes estratégias;
usar a tecnologia a favor da empresa.
Confira os detalhes!
1. Avaliar os riscos continuamente
Ainda que cada setor tenha riscos específicos, nada impede que essas ameaças mudem com o passar do tempo.
De questões políticas a climáticas, deve-se acompanhar pontualmente, sem interrupções, tudo o que pode afetar negativamente a rede de abastecimento do seu negócio.
2. Monitorar indicadores de desempenho
Os indicadores de desempenho são essenciais para monitorar a performance de sua empresa, mas também dos seus fornecedores. Resultados abaixo do esperado mostram que algo precisa ser ajustado para evitar problemas no abastecimento.
Sobre esse assunto, não deixe de ler o artigo: "4 indicadores de desempenho de fornecedores para agregar mais segurança e eficiência nas parcerias"
3. Diversificar a base de fornecedores
Já comentamos, mas vale a pena repetir: uma das mais importantes estratégias para uma cadeia de suprimentos resiliente é diversificar a base de fornecedores. Manter sua empresa restrita a apenas uma fonte de abastecimento é um grande risco, que, dependendo do problema gerado, torna-se bastante difícil resolver.
4. Criar relacionamentos estratégicos com esse parceiros
Quando se tem um relacionamento próximo com os fornecedores, fica muito mais fácil negociar prazos, preços e condições de entrega, entre outros pontos relacionados. Em situações de crise ou emergenciais, isso faz toda a diferença.
Inclusive, é preciso pensar nessa relação comercial como uma via de mão dupla, na qual, frente a cenários adversos, é possível se ajudar mutuamente.
5. Definir um bom plano de contingência
O plano de contingência é outra estratégia que não pode ficar de fora. Ao estruturá-lo, os profissionais de compras e procurement saberão exatamente o que fazer diante de cada problema.
Mesmo se for um cenário que não tenha sido previsto nesse planejamento, como aconteceu na época da pandemia, ele ajuda a indicar quais atitudes podem ser tomadas.
Temos um artigo que explica o passo a passo de como elaborar um. Não deixe de conferir: "Como criar um plano de contingência: confira o guia definitivo e prático para o seu negócio!"
6. Testar diferentes estratégias
Aproveite períodos normais de funcionamento da empresa para testar diferentes estratégias para uma cadeia de suprimentos resiliente. Dessa forma, saberá exatamente o que dá certo fora do papel e o que precisa ser ajustado.
Assim, se precisar colocar o plano em prática, há menos riscos de surpresa e de algo dar errado.
7. Usar a tecnologia a favor da empresa
A tecnologia é essencial em praticamente todas as etapas da cadeia de suprimentos; e, para promover a resiliência nessa rede, seu uso não seria diferente.
Com as ferramentas certas, pode-se, por exemplo, coletar e analisar dados que ajudam a pensar em possíveis cenários futuros. Elas também colaboram para encontrar os melhores fornecedores, qualificá-los e, com isso, diversificar a rede de abastecimento.
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