Gestão de Fornecedores
10 falhas na governança corporativa para evitar na sua empresa
A gestão empresarial é um assunto complexo e evitado por muitos, porém se torna cada vez mais uma necessidade nas empresas.
Responsável por garantir que nenhuma das partes de um negócio sejam prejudicadas, é por meio da governança corporativa que os valores da empresa são reforçados e implementados para impactar positivamente a rotina da instituição.
Porém, quando não aplicada corretamente, é possível notar falhas na governança corporativa que podem até mesmo afetar o rendimento dos colaboradores e o sucesso da empresa.
Para evitar que isso aconteça na sua instituição, conheça 5 falhas na governança corporativa para ficar de olho.
O que é governança corporativa?
Para que você tenha uma maior compreensão deste artigo, é importante saber qual o papel da governança corporativa na sua empresa. Ela pode ser explicada como um conjunto de processos que busca implementar a cultura do negócio na rotina dos colaboradores para melhorar a qualidade da gestão empresarial.
Como ela influencia a rotina? Impactando questões internas como políticas e costumes usados na sua empresa e terceiros interessados, como fornecedores, acionistas e clientes.
Os princípios da governança corporativa, que servem para garantir que os direitos de todas as partes interessadas sejam preservados e também evitar que a empresa seja prejudicada, são:
Transparência
Equidade
Prestação de Contas
Responsabilidade corporativa
Entretanto, nenhum desses conceitos pode ganhar consistência prática sem o sólido alicerce da ética. Empresas que não se esforçam para unir a ética às boas práticas de governança podem se envolver em grandes crises e colocar o próprio negócio em risco.
Portanto, este é o grande desafio das empresas, não apenas para que conquistem espaços positivos na preferência dos investidores e da opinião pública, mas, acima de tudo, para que possam assegurar a continuidade dos seus negócios.
Veja abaixo uma entrevista com a especialista em governança da FGV, Roberta Nioac Prado, sobre o assunto:
Quais são as principais falhas na governança corporativa?
1 - Falta de independência do Conselho Administrativo
Todas as empresas que querem crescer e conquistar seu espaço no mercado buscam realizar um planejamento estratégico eficaz. Para que isso seja possível, é essencial a tomada de decisões assertivas - e é esse o espaço em que o Conselho Administrativo atua.
Com esse “órgão interno”, as deliberações que envolvem a gestão do negócio passam por esse grupo de acionistas, que “possuem o controle” da empresa.
Mas qualquer brecha que comprometa a autonomia do Conselho Administrativo é considerada uma falha de governança corporativa, já que esse grupo que é o responsável por garantir que as práticas da governança sejam bem definidas e respeitadas.
O CEO de uma empresa fazer parte desse conselho é um exemplo do que não deve ser feito. Além do conflito de interesses, é possível que outros membros do Conselho se sintam intimidados pela presença do responsável, o que afeta a tomada das decisões.
Para que os interesses da companhia sejam prioridades, assegure a autonomia.
2 - “Opacidade” de informações
Se lembra quando falamos que a transparência é um dos princípios da governança corporativa? Esse ponto é para reforçar essa importância, já que a “opacidade” de informações é uma das principais falhas na governança corporativa.
Todas as decisões e processos de uma empresa devem ser divididos com todas as partes relacionadas à empresa, como clientes, órgãos municipais, estaduais e federais e até mesmo com os fornecedores de serviços ou matérias-primas.
A transparência é uma ótima maneira de fortalecer os laços e garantir a boa relação entre as partes envolvidas em um negócio já que mostra a boa vontade e dignidade da sua instituição.
3 - Ausência de um Código de Conduta
Ao olharmos para uma grande empresa, não existe apenas o proprietário. São diretores, acionistas e gestores, todos envolvidos na tomada de decisões e com suas particularidades, que pode acabar gerando conflitos.
Por isso, uma empresa que não possui um Código de Conduta próprio, é uma empresa que está com uma falha na governança corporativa.
Ele é o responsável por estabelecer limites, determinar as regras e esclarecer desde questões cotidianas, como a definição de papéis de cada envolvido, até mais complexas, como as regras quanto ao uso de informações privilegiadas.
Com ele, pessoas em cargos de gestão sabem com exatidão quais os limites de seus papéis de atuação e até onde podem agir em nome da empresa.
4 - Pouca ou nenhuma fiscalização interna e externa
Não basta determinar padrões, regras e uma cultura interna se não há órgãos destinados no monitoramento do cumprimento desses processos. Além de uma controladoria e conselhos de administração e fiscalização, é importante estar próximo e ser transparente com os investidores, que querem estar a par de tudo o que acontece na organização.
Empresas com problemas de governança sofrem para identificar falhas e eventos ocasionados pela ação corrupta de seus colaboradores.
Um caso que exemplifica muito bem isso é o da governança corporativa na Petrobras, que sofreu com vários escândalos de corrupção interna.
Como resposta, criou-se um sistema de Compliance a fim de recuperar a reputação da empresa, que também contou com a implementação de um canal de denúncias para facilitar o combate a fraudes na estatal.
Neste contexto, o Compliance pode ser a chave para mitigar as possíveis falhas na governança corporativa. Responsável por garantir que a organização esteja agindo de acordo com as normas, podemos dizer que sem um programa de Compliance bem estruturado, a governança corporativa assume o risco de se tornar ineficiente.
É com o apoio do Compliance que as instituições se organizam para estar em conformidade com a lei. Um dos espaços em que podemos exemplificar a atuação do Compliance é na due dilligence de novos fornecedores.
O due diligence de fornecedores pode ser visto como uma investigação para levantar e avaliar todos os futuros riscos que podem existir em uma empresa antes que sejam contratados os serviços ou produtos delas.
Esse tipo de auditoria, que muitas vezes é deixada de lado por causa da burocracia, lhe informará de zonas de incerteza sobre o investigado de modo a minimizar riscos e levantar possíveis oportunidades.
E essa é uma das áreas de atuação da Linkana, software que oferece a mitigação de riscos na homologação de fornecedores automatizando todo o processo de Compliance e governança de fornecedores.
Com robôs que realizam consultas públicas e renovam documentos automaticamente, sua empresa consegue embarcar eficiência à sua gestão de Procurement e segurança nas parcerias com terceiros.
5 - Carência de normas internas anticorrupção
Todos sabem que a corrupção não deve ser praticada. Entretanto, grande parte da população brasileira sabe que a corrupção se tornou algo quase que rotineira no País.
Para evitar que sua empresa acabe se envolvendo em um esquema de corrupção ou seja ligada indiretamente a algo ilegal, é indispensável que hajam normas internas anticorrupção para reduzir esse tipo de risco, que pode trazer grandes consequências ao seu negócio, como multas de até R$ 60 milhões.
Entender as transações e práticas do negócio que possuem um potencial de corrupção, criar um código de ética, instituir um canal de denúncia e realizar revisões periódicas na empresa são algumas das normas que podem reduzir esses riscos.
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6 - Falta de integração entre os mecanismos de governança e gestão de riscos
Para evitar casos de falta de governança corporativa, também depende da integração entre os mecanismos que a colocam em prática dentro de uma organização. Aqui são incluídos o Conselho Administrativo, Conselho Fiscal, Comitê de Gestão de Riscos e Auditores, sejam eles externos ou internos.
A atuação uniforme garante que a tomada de decisões esteja sempre alinhada aos interesses da empresa, preservando sua estrutura e agregando valor. Para isso, o conhecimento sobre os riscos de cada estratégia deve estar claro para todos os envolvidos na sua implementação.
De modo geral, essa integração é trabalhada ao criar esses mecanismos com base em regras e valores em comum, além de planejar interações e encontros entre eles, para que a prestação de contas seja praticada.
7 - Ausência de Matriz de Risco em um modelo funcional
A matriz de risco é uma representação que prevê a importância de determinados itens para sua operação e avalia a probabilidade de riscos envolvendo cada um deles.
Na gestão de fornecedores, por exemplo, ela segue o modelo de Kraljic, onde os itens são classificados em quatro grupos principais, de acordo com o seu impacto financeiro e o risco de abastecimento:
Itens não-críticos: baixo impacto financeiro e baixo risco de abastecimento;
Itens de gargalo: pouco impacto no faturamento, mas alto risco de abastecimento;
Itens de alavancagem: alto impacto financeiro com baixo risco de abastecimento;
Itens estratégicos: itens mais exclusivos, com alto impacto financeiro e risco elevado de abastecimento.
Como podemos ver, esse modelo é essencial para definir uma ordem de prioridade na estratégia de abastecimento da empresa e na gestão de riscos. No entanto, é importante assegurar que o modelo utilizado é funcional.
Isto significa que ele deve apresentar informações úteis e claras, evitando uma matriz de riscos com dados inflados e exagerados, que podem dificultar a compreensão e diminuir a efetividade das ações de mitigação de riscos.
8 - Tomada de decisões por métodos defasados
A governança corporativa está atrelada a uma conduta mais assertiva e a tomada de decisões em prol dos interesses da organização. No entanto, temos outro exemplo de falha quando o planejamento estratégico da empresa se dá por métodos defasados.
Como exemplo disso temos os sistemas de gestão centralizada, que limitam o alcance da companhia com base no conhecimento e também nos interesses pessoais do seu gestor. Isso também ocorre como citado anteriormente, quando o CEO da empresa se coloca como membro do Conselho Administrativo.
Por fim, também temos casos onde a empresa evolui de um modelo familiar, aumentando sua estrutura e as responsabilidades que tem para assegurar os princípios da governança, mas ainda segue tomando decisões por esse modo antiquado.
Em todos os casos, podemos notar uma falha na transparência como as atividades da empresa são colocadas em prática, o que diminui o valor do negócio e prejudica o seu alcance no mercado.
9 - Desconsiderar fatores como meritocracia e remuneração adequada
A formação de um sistema de governança corporativa bem sucedido, com um Conselho Administrativo, Comitê de Gestão de Riscos e auditorias programadas, demanda uma equipe competente e bem remunerada.
Formar esses conselhos e comitês com base em preferências pessoais ou fatores que não condizem com o mérito profissional pode colocar colaboradores com capacidade limitada em uma posição privilegiada, o que aumenta os riscos e diminui o potencial do setor.
Da mesma forma, não será possível atrair profissionais competentes sem um sistema de remuneração que condiz com a importância das atividades em prol da governança corporativa.
10 - Deixar de estabelecer regras de arbitragem
Fechando a nossa lista de falhas na governança corporativa, temos a ausência de regras de arbitragem, ou seja, a inexistência de mecanismos que conduzem os processos de tomada de decisões.
A gestão empresarial é composta por vários níveis, incluindo o proprietário, sócios, CEO e demais stakeholders. Para garantir que interesses particulares não se sobreponham ao que é interessante para o objetivo da empresa, regras de arbitragem são totalmente necessárias.
Elas definem como uma decisão será tomada e o que faz dela uma ação aprovada pelos mecanismos que defendem a governança corporativa. Assim, esses processos ganham mais credibilidade e segurança.
Quais os benefícios da governança corporativa?
Depois de ler tantas possíveis falhas na governança corporativa, ficou nítida a importância da governança corporativa?
Para lhe ajudar ainda mais a compreender a relevância desse sistema, também trouxemos nesse artigo os benefícios da governança corporativa nas empresas.
Profissionalização
Por meio da governança corporativa, a empresa se torna mais organizada e consegue criar um planejamento estratégico mais bem elaborado. Com a qualidade das decisões positivamente afetada, todo o negócio cresce.
Credibilidade
Com decisões baseadas no planejamento estratégico citado acima, que devem seguir os valores ligados à identidade da marca, o impacto também pode ser visto na credibilidade da empresa.
A melhor maneira de fazer com que colaboradores, investidores e até fornecedores se engajem com a sua empresa é sendo verdadeiro à sua imagem.
Mais chances de novas oportunidades de negócio
Empresas que são vistas por terceiros como transparentes e bem gerenciadas costumam ter melhores condições de negociar parcerias com fornecedores, instituições bancárias e até clientes.
Obviamente isso também ajudará a trazer novos investidores para o seu negócio, que se sentirão seguros pela sua gestão.
Esperamos que com esse artigo você se sinta apto a identificar falhas na governança corporativa da sua empresa e, claro, corrigi-los para garantir a eficiência dos colaboradores e um sucesso longevo e estável para o seu negócio.
Melhore a governança com seus fornecedores
As boas práticas de governança corporativa vão muito além dos limites das suas instalações, parceiros externos precisam ser orientados e monitorados assim como os seus próprios funcionários.
Para incluir a gestão de fornecedores como uma das forças da sua estratégia de governança, conte com o software da Linkana, uma ferramenta de gerenciamento que possibilita:
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