Metodologia QDM: como melhora a gestão de fornecedores?

A metodologia QDM — Quality Decision Making, ou Gestão Orientada à Qualidade, em português —, é um processo estruturado cujo objetivo é promover embasamento, consistência e segurança nas deliberações de uma empresa. Para resultados assim, considera-se pilares como dados confiáveis, critérios claros e uso de diferentes tecnologias.

É possível aplicar a QDM em diversas áreas de um negócio. Na gestão de fornecedores, por exemplo, a metodologia ajuda a escolher os parceiros de abastecimento ideais para a empresa, aqueles com objetivos e forma de trabalho alinhados aos do contratante. Assim, é possível minimizar riscos e maximizar a eficiência da cadeia de suprimentos.

Trabalhar dessa maneira gera benefícios como seleção mais precisa de empresas fornecedoras, otimização de custos e construção de parcerias comerciais estratégicas. 

Achou interessante? Então siga a leitura para conferir como elevar a qualidade na gestão de fornecedores por meio da metodologia QDM.

O que é a metodologia QDM (Quality Decision Making)?

A metodologia QDM é uma abordagem estruturada para tomadas de decisão empresariais mais precisas e de alta qualidade. O método Quality Decision Making sistematiza os processos deliberativos e considera diferentes cenários e fatores que eliminam suposições e aumentam as certezas nas escolhas.

A Gestão Orientada à Qualidade não se resume a uma técnica. Trata-se de um conjunto de práticas que tem por objetivo direcionar os tomadores de decisão. Devido a sua característica, é possível implementá-la em atividades como gerenciamento de projetos, planejamento estratégico e processo de seleção de fornecedores.

É possível dizer que as metodologias TQM (Total Quality Management) e Six Sigma deram origem à QDM, pois ambas priorizam a qualidade e a padronização de fluxos empresariais.

Assim, a Quality Driven Management é uma espécie de evolução dos demais métodos, decorrente da expansão tecnológica que facilitou e otimizou a coleta e análise de dados, um dos seus pilares, como você verá a seguir. 

Dica de leitura para você: “Como escolher fornecedores? Descubra todos os segredos!”

Os pilares da metodologia QDM

As bases que sustentam a Gestão Orientada à Qualidade contribuem para deliberações mais confiáveis, sólidas, eficazes e consistentes. Estes são os principais pilares da QDM:

• levantamento e análise de dados: evita a influência de achismo e suposições nas escolhas e garante resoluções pautadas em fatos;

• objetividade nos critérios: garante direcionamentos claros e gera coerência no fluxo de decisão;

• avaliação de alternativas: permite considerar diferentes cenários, fatores, riscos, benefícios e impactos em médio e longo prazo;

• transparência: por meio do envolvimento de todas as partes interessadas na tomada de decisão;

• padronização de processos: promove a sistematização e evita desvios ao longo da jornada decisória;

• tecnologia: essencial para coleta e análise automática de dados, simulações de diferentes possibilidades e acompanhamento de tendências.

Aqui, é importante destacarmos que a influência dos pilares da QDM varia conforme a área de aplicação. Na busca por mais qualidade na gestão de fornecedores, por exemplo, contribui para:

• aprimorar a escolha dos critérios para aprovação dos parceiros de abastecimento;

• evitar a dependência de uma única empresa fornecedora;

• melhorar o acompanhamento do desempenho;

• facilitar a construção de relacionamentos estratégicos.

Não deixe de ler: “Critérios de seleção de fornecedores: 10 que precisam ser avaliados”

Os 9 benefícios do QDM nas empresas

São vários os benefícios do QDM nas empresas, como:

1. redução de riscos;

2. diminuição de erros, falhas e inconsistências decorrentes de escolhas precipitadas;

3. aprimoramento do processo de seleção e qualificação de fornecedores;

4. aumento da eficiência operacional;

5. aperfeiçoamento da gestão de custos e alocação de recursos;

6. garantia de tomada de decisão baseada em dados;

7. melhoria contínua na gestão de diferentes áreas da companhia;

8. alinhamento das deliberativas à estratégia organizacional;

9. construção de relacionamentos mais saudáveis e estratégicos com stakeholders, decorrente da transparência nas deliberações.

É possível alcançar benefícios assim porque a Quality Driven Management entrega aos tomadores de decisão uma visão estruturada e completa de todas as possibilidades. 

A definição de critérios rigorosos de uso de dados, por exemplo, são diferenciais que promovem escolhas muito mais seguras e com menos chances de equívocos.

Sugestão de leitura: “Classificação de fornecedores: qual a importância e como realizar?”

Quais as etapas da implementação da metodologia QDM?

Estas são as principais etapas da implementação da metodologia QDM:

1. definição de critérios;

2. coleta de dados;

3. análise das informações;

4. aplicação das decisões.

Veja os detalhes.

1. Definição de critérios

A escolha dos critérios depende do objetivo da Quality Driven Management. Significa que é preciso alinhar os parâmetros de decisão à área ou processo no qual os tomadores de decisão pretendem aplicar a metodologia.

A gestão de fornecedores, por exemplo, exige análise de fatores como qualidade, capacidade de entrega, conformidade e reputação.

Lembre-se ainda de definir critérios mensuráveis, realistas e organizá-los por prioridade e impacto nos resultados da empresa.

2. Coleta de dados

Use fontes confiáveis para coletar dados, a exemplo de sistemas de ERP, CRM e plataformas de BI (Business Intelligence). Para levantamento de informações externas, como tendências e pesquisas de mercado, considere o uso de plataformas renomadas, como Statista e Nielsen.

Antes da apuração, realize um processo de higienização para eliminar dados duplicados, desorganizados, incompletos, fora do padrão ou desatualizados.

Se o seu foco for melhorar  a qualidade da gestão de empresas fornecedoras, este artigo te ajudará: “Higienização de base de dados de fornecedores: como e por que fazer?”

3. Análise das informações

Otimize a avaliação de dados e informações com ferramentas de análise estatística, a exemplo do Excel e softwares de BI. Para obter uma visão geral das possibilidades, é interessante utilizar técnicas de análise comparativas, como Análise SWOT e Matriz de Decisão Ponderada.

E, claro, não deixe de refletir sobre os impactos e consequências de cada decisão. O artigo “Matriz de Gestão de Risco: conceito, importância e dicas de aplicação” ajudará você neste ponto.

4. Aplicação das decisões

Por fim, deve-se aplicar o que os tomadores de decisão definiram. Para este processo, é essencial definir um plano de ação, com diretrizes como cronograma de implementação, responsáveis por cada etapa e recursos necessários.

Também é crucial comunicar os envolvidos de forma clara, a fim de promover o alinhamento das novas práticas, bem como monitorar os resultados por meio de KPIs como:

• taxa de erro nas decisões;

• qualidade das informações coletadas;

• índice de aderência aos critérios definidos;

• retorno sobre investimento (ROI).

Como calcular o ROI em procurement? Por que esse indicador é tão importante?