Análise PEST: como aplicar na gestão de fornecedores?

A Análise PEST é um modelo de gerenciamento que avalia quatro grupos de riscos externos: políticos, econômicos, sociais e tecnológicos. O objetivo é ampliar a visão dos gestores para facilitar a identificação e monitoramento de ameaças, a fim de orientar suas tomadas de decisão.

A metodologia é aplicável em diferentes momentos da trajetória de uma empresa — por exemplo, se o intuito for expandir unidades para outro país ou lançar um novo produto, ajuda a mensurar como e quanto as condições exteriores impactam o planejamento.

Na gestão de fornecedores, contribui com o levantamento e verificação dos riscos característicos desse tipo de parceria comercial, como valores culturais, alinhamento ético, práticas sustentáveis, infraestrutura tecnológica e estabilidade financeira.

A mitigação de problemas em médio e longo prazo é apenas um dos benefícios da metodologia. Quer saber os demais e como adotá-la na sua empresa? Então, siga a leitura deste artigo e confira o que é Análise PEST, como funciona e como utilizar na gestão de negócio.

O que é Análise PEST?

A Análise PEST é uma metodologia de verificação de fatores externos a uma empresa, cujo objetivo é identificar oportunidades e ameaças, a fim de guiar os gestores para tomadas de decisão mais assertivas e com menos impactos negativos para o negócio.

PEST é acrônimo das palavras em inglês: political (política), economic (economia), social (social) e technological (tecnologia), e indica os fatores submetidos aos levantamentos. 

Há variações do método que abrangem outros grupos de verificação:

• Análise PESTAL: political (política), economic (economia), social (social), technological (tecnologia), environmental (ambiental) e legal (legal); 

• Análise PESTEL: political (política), economic (economia), sociocultural (sociocultural), technological (tecnologia), environmental (ambiental) e legal (legal).

Em todas as versões, a análise identifica situações e condições externas prejudiciais à gestão de negócios em médio e longo prazo.

Dica de leitura: “Conheça as 4 melhores metodologias para a gestão de riscos dentro da sua empresa” 

Quais são os componentes da Análise PEST?

Os componentes da Análise PEST são fatores externos que impactam, direta ou indiretamente, o funcionamento, estabilidade e crescimento de uma empresa.

Dividem-se estas causas em quatro grupos principais:

• políticos (political): reflexo das políticas governamentais no mercado e funcionamento do negócio, como:

  • regulamentações;

  • legislações;

  • acordos internacionais;

• econômicos (economic): situações econômicas que afetam o desempenho operacional e financeiro da companhia, por exemplo:

  • inflação;

  • juros;

  • câmbio;

• sociais (social): aspectos socioculturais que influenciam as operações empresariais e o relacionamento com os clientes, como:

  • cultura e valores;

  • demografia;

  • hábitos de consumo.

• tecnológicos (technological): engloba os avanços das tecnologias e seus impactos, a exemplo de:

  • automação e digitalização;

  • investimentos em P&D (pesquisa e desenvolvimento);

  • nível de adoção de novas tecnologias.

Sugestão de leitura: “Inteligência Artificial em procurement: por que esse é o futuro?”

Como funciona a Análise PEST?

A Análise PEST funciona como uma ferramenta de apoio gerencial que reconhece e avalia fatores externos com potencial de afetar um projeto, uma ideia, um lançamento, um determinado departamento e a empresa de modo geral.

Para adotar a metodologia na gestão de negócios é necessário:

1. definir o escopo: o objetivo da análise, o qual pode ser, por exemplo, o planejamento de um novo produto ou contratação de um fornecedor;

2. levantar os componentes inerentes ao escopo: quais fatores políticos, econômicos, sociais e tecnológicos refletem no alvo da análise;

3. coletar as informações: por meio de fontes confiáveis, como relatórios emitidos por órgãos governamentais e pesquisas de mercado, a exemplo da Statista e Forrester;

4. analisar os impactos: pela avaliação de critérios como probabilidade, nível de criticidade, gravidade e potencial de impacto;

5. interpretar e monitorar: consiste em inserir os dados no planejamento estratégico para criar planos de mitigação de riscos e aproveitamento das oportunidades que identificou;

6. monitorar continuamente: visto que os ambientes externos estão em constante mudança e é essencial acompanhar e adequar a empresa às alterações.

Aproveite e leia também: “O que é mitigar riscos? Conceito, ferramentas e plano de mitigação”

5 benefícios da Análise PEST na gestão de negócios

É correto dizer que a gestão de negócio ganha muito com a adoção dessa metodologia. Para você ter uma ideia, estes são exemplos de benefícios da Análise PEST para uma empresa:

1. identificação de oportunidades de negócio: a qual abre caminho para explorar novos cenários e situações favoráveis ao crescimento da companhia;

2. prevenção de riscos: por meio do reconhecimento prévio de ameaças, o que dá a chance de adotar as medidas necessárias de proteção;

3. embasamento das tomadas de decisão: por apresentar aos gestores fatos que aumentam a segurança de suas escolhas e deliberações;

4. adequação às mudanças de comportamento dos consumidores: o que também torna a empresa mais competitiva e ajuda a aumentar o volume de vendas e, por consequência, o faturamento;

5. fomento à transformação digital: a partir do reconhecimento de diferentes cenários e momentos tecnológicos.

Sobre este tema, confira também: “Quatro efeitos positivos da transformação digital em compras”

Como aplicar a Análise PEST na gestão de fornecedores?

A Análise PEST é aplicável a projetos, planejamentos, planos de ação e individualmente em cada setor de uma empresa.

Na gestão de fornecedores, por exemplo, a metodologia contribui para identificar, mensurar e analisar os riscos relacionados ao fluxo de abastecimento e à formação de uma cadeia de suprimentos confiável e segura.

Neste cenário, você pode usar a Análise PEST para verificar o comportamento do fornecedor perante diversos fatores, como:

• políticos (political): 

  • atendimento de políticas de importação e exportação (a depender da origem dos insumos, matérias-primas e prestação de serviços);

  • conflitos geopolíticos;

  • cumprimento de regulamentações socioambientais;

• econômicos (economic):

  • situação econômica da empresa fornecedora e da região na qual está inserida;

  • acesso a investimentos e incentivos;

  • custos de matéria-prima e mão de obra;

• sociais (social):

  • adoção de práticas ESG;

  • nível de responsabilidade social;

  • valores éticos;

• tecnológicos (technological):

  • capacidade de inovação tecnológica;

  • infraestrutura e sistemas;

  • nível de automação.