Gestão de riscos

Estrutura de apetite a riscos: confira o nosso guia completo sobre o assunto!

Escrito por Leo Cavalcanti

Escrito por Leo Cavalcanti

Escrito por Leo Cavalcanti

26 de abril de 2021

26 de abril de 2021

26 de abril de 2021

Em setembro de 2020, a rede de varejo Magazine Luiza fez um anúncio que gerou debate no país: o lançamento de um programa de trainee exclusivo para afrodescendentes.

Com 53% dos colaboradores negros, mas apenas 16% em cargos de liderança, a empresa criou esse programa pois “o processo seletivo não ia de acordo e a gente entendeu que as exigências excluíam negros”, segundo Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza.

Enquanto muitos se incomodaram e chegaram a afirmar que o programa era inconstitucional, na bolsa de valores de São Paulo o resultado foi outro: a valorização de 2,6% da empresa.

Esse é apenas um de milhares de exemplos de como os riscos tomados por uma empresa podem influenciá-la positiva e/ou negativamente. Mas como saber quão arriscado devem ser as decisões tomadas pela sua organização? Através de uma estrutura de apetite a riscos.

É com esse sistema que a sua empresa poderá tomar decisões que sejam confortáveis e correspondentes à visão de negócio, mas também ajude a empresa a dar passos maiores para se concretizar no mercado. 

O que é uma estrutura de apetite a riscos?

Quando você tinha 15 anos, você experimentava comidas diferentes ou inusitadas, praticava esportes radicais ou viajava com pouco dinheiro já sabendo que “passaria perrengues”? E hoje, você já evita parte deles, não é mesmo?

Isso significa que o seu apetite a riscos mudou - assim como pode acontecer na sua empresa.

O apetite ao risco pode então ser interpretado como o tipo e quantidade de risco que uma organização está disposta a buscar, manter ou assumir. E para montar essa estrutura de apetite ao risco em uma empresa, alguns dos fatores analisados são:

  • Valores

  • Indústria

  • Mercado e concorrentes

  • Situação financeira da organização 

  • Agressividade dos objetivos desejados pela organização

De maneira resumida, a estrutura de apetite a riscos está bem próxima à alta administração e a vontade dela em assumir incertezas olhando para as recompensas que a empresa poderá receber. 

Portanto, se a empresa se interessa em enfrentar perigos olhando para o objetivo final, seu apetite é elevado. Já as empresas conservadoras, que costumam fazer apostas mais seguras, possui um baixo apetite a riscos.

Como definir a estrutura de apetite a riscos na minha empresa?

Apesar de cada empresa ter um apetite diferente, existem algumas boas práticas que podem ser adotadas por qualquer organização que deseje definir uma estrutura de apetite a riscos. Confira abaixo essas práticas.

Liste todos os possíveis riscos no seu modelo de negócio

O início da criação de uma estrutura de apetite a riscos está na listagem de todos os riscos que envolvem a sua empresa. Para isso, é importante realizar sessões de brainstorming com todas as equipes para que todos os perigos de cada área sejam vistos, por menores que sejam.

Avalie o impacto e a probabilidade dos riscos se concretizarem

Para que a sua empresa possa ter o máximo possível de informações, é importante que seja avaliada a probabilidade de cada um dos riscos listados se concretizarem, além das consequências que cada uma dessas ameaças pode causar à organização.

Uma matriz de probabilidade e impacto, ou matriz de riscos, pode ajudar nessa tarefa. Com as informações levantadas, basta alimentar a matriz com base no nível de probabilidade (baixo, médio ou alto) e no impacto que esse risco teria (insignificante, moderado e catastrófico).

Também vale citar que as classificações usadas na tabela abaixo são apenas sugestões e a matriz pode ser adaptada para a necessidade da empresa.

Entenda os mecanismos de contenção de danos

Agora que todos os riscos estão listados e organizados, o próximo passo é se questionar quais são os mecanismos e os gastos necessários para conter os danos referentes aos riscos que a organização optou por assumir.

Se a sua empresa identificar, por exemplo, que um fornecedor usa mão-de-obra escrava, deverão ser levantados os custos de encerramento deste contrato e de homologação de outro parceiro, além dos custos caso a empresa opte por seguir com essa parceria e ela seja revelada pela imprensa.

Também podem ser analisados gastos relacionados às ferramentas que podem ser utilizadas nos processos de mitigação dos riscos. No exemplo anterior, a organização pode ser beneficiada por uma ferramenta de homologação de fornecedores.

Com ela, o processo de homologação pode ser automatizado, agregando segurança e eficiência à sua gestão de Procurement. A Linkana é a responsável por um dos principais softwares do mercado, que possibilita aperfeiçoar o processo de qualificação de fornecedores e Procurement, além de monitorar fornecedores e programar alertas de inconsistências e irregularidades para garantir mais segurança e confiança nos relacionamentos.


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Determine o apetite a riscos que a empresa poderá ter

Pronto, você finalmente chegou ao tão esperado passo da estrutura de apetite a riscos: determinar o tamanho da “fome” da empresa. 

Para entender qual é o nível máximo de tolerância ao risco, é importante entender quantos riscos a organização consegue absorver e qual o tamanho deles.

Além de olhar para as informações de todos os passos anteriores em mãos, não deixe de também alinhar essa fome com a estratégia organizacional do modelo de negócio da instituição. Sem esse posicionamento, a contribuição dos riscos à empresa podem ser baixos.

Leia também: Como criar um plano de contingência: confira o guia definitivo e prático para o seu negócio!

Entendeu como montar uma estrutura de apetite a riscos?

O principal ponto dessa estrutura não deixa de ser a fome. Da mesma maneira que você pode comer pouco e passar fome, também é possível comer mais que deveria e sofrer as consequências dessa indigestão.

Por isso, ao implementar essa estrutura na sua organização, não deixe de comparar o relacionamento com o limite de riscos para garantir que os objetivos desejados serão alcançados sem prejudicar a empresa.

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