ESG

Estrutura de governança corporativa: conceitos essenciais para se organizar

Escrito por Leo Cavalcanti

Escrito por Leo Cavalcanti

Escrito por Leo Cavalcanti

19 de abril de 2021

19 de abril de 2021

19 de abril de 2021

Governança corporativa é o nome dado ao conjunto de mecanismos implantados em uma empresa a fim de realizar um alinhamento entre as boas práticas, normas e leis do mercado, com as expectativas, metas e interesses dos participantes ao longo de seus níveis hierárquicos.

Dessa forma, criar uma boa estrutura de governança corporativa se torna imprescindível. Conhecer as demandas e obrigações de todos os envolvidos garante o respeito aos 4 princípios essenciais, que são transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade.

O sucesso do empreendimento e seu valor de mercado depende de saber como implantar a governança. Nesse ponto, uma das primeiras etapas envolve exatamente tomar nota dos componentes da sua estrutura e garantir que eles estão direcionando seus esforços em conjunto com o restante da empresa e as práticas de Compliance do mercado.

A seguir, vamos nos aprofundar na importância de contar com uma sólida estrutura de governança corporativa e quais são os seus principais núcleos. Continue lendo!

Importância de uma boa estrutura de governança corporativa

Podemos colocar como marco zero da governança corporativa no Brasil a criação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) em 1995. A partir dos documentos e manuais de boas práticas criados por esse órgão, as empresas passaram a ter um norte para implementar uma estrutura de governança corporativa nos seus ambientes.

Essas orientações também servem de base para a instituições como a bolsa de valores, investidores e a gestão de fornecedores em empresas, para que elas possam definir os critérios que indicam menor risco e maior valor para uma empresa.

De modo geral, é isso que determina a importância de seguir tais práticas e consolidar uma estrutura de governança corporativa. Após sua implantação, cada resultado ganha um valor agregado especial pelo fato de sua conquista ocorrer seguindo os ideais de sustentabilidade, responsabilidade social e respeito às normas regulamentadoras do seu mercado de atuação.

Seguir as práticas de Compliance e governança corporativa transformam o investimento na empresa em uma ação mais segura e promissora, tanto na qualidade dos resultados apresentados quanto na percepção positiva de sua imagem pública.

Além disso, para a gestão de risco de empresas na hora de montar sua rede de fornecedores é comum a consulta de Compliance e governança corporativa, para encontrar parceiros comerciais mais confiáveis e interessantes.

Um dos exemplos disso está nas novas práticas da Petrobras, que passou por escândalos recentemente e, em busca de recuperar sua imagem, reestruturou a sua governança. Confira o vídeo e saiba mais:

https://www.youtube.com/watch?v=yF-S4hgaz5c

Componentes da estrutura de governança corporativa

Agora que já sabemos a real importância da estrutura de governança corporativa em uma empresa, vamos saber um pouco mais sobre como ela é distribuída ao longo dos níveis mais altos da hierarquia.

Veja a seguir quais são os componentes essenciais da estrutura de governança corporativa:

Conselho administrativo

Começando por um dos núcleos mais importantes da estrutura de governança corporativa, o conselho administrativo é que irá definir as políticas internas e diretrizes da empresa, assim como é responsável pelo seu direcionamento estratégico em geral.

Considerado o principal defensor da boa governança, é papel do conselho administrativo monitorar as ações do CEO e outros diretores da organização, assegurando um ambiente de transparência e honestidade na rotina diária e nos dados de seus indicadores de performance.

Conselho fiscal

Para garantir a idoneidade dos administradores e fiscalizar transações realizadas, temos o conselho fiscal como parte da estrutura de governança corporativa. Além de revisar os balancetes e contas da companhia, esse núcleo pode oferecer insights para a administração geral e também para equipes de auditoria, sejam internas ou externas.

Por fim, também fica atribuído ao conselho fiscal denúncia de fraudes e falhas de governança ao conselho administrativo, além de indicar quais ações de resposta devem ser implementadas em cada caso.


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Comitês internos

Monitorar e gerenciar todos os fatores envolvidos na boa governança é um grande desafio, mesmo para o mais competente dos administradores. Por isso, é recomendado a utilização de comitês internos para auxiliar o conselho administrativo na gestão de ações mais específicas ou de menor porte.

Entre os comitês internos mais comuns, temos:

  • Auditorias;

  • Gestão de risco;

  • Recursos humanos;

  • Comitê de responsabilidade social;

  • Comitê de remuneração de executivos.

Atuando como satélites do conselho administrativo, os comitês supervisionam as ações desenvolvidas, denunciam falhas e também podem propor melhorias.

Secretário do conselho

A presidência do conselho administrativo precisa de uma pessoa de confiança para fazer a ponte entre o órgão e a gestão empresarial. Aqui então entra a figura do secretário do conselho, que irá transmitir as informações entre os setores mais elevados da diretoria.

Auditores externos independentes

Já falamos em outro post sobre a importância das auditorias no que tangem os princípios de transparência e accountability (prestação de contas) na governança corporativa. É importante abordar o assunto novamente.

Auditorias externas e independentes são uma excelente forma de transmitir credibilidade e confiança aos stakeholders, comprovando os valores obtidos nos indicadores de performance e na prestação de contas.

Auditores internos

Além da auditoria independente, é importante contar com auditorias internas. Elas servem para acompanhar a prestação de contas rotineira de uma empresa e atuar como uma análise preventiva na detecção de incongruências gerais, nos indicadores dos setores internos, como o departamento de compras, logística e outros.

Ouvidoria e Corregedoria

A criação de uma ouvidoria, criando um canal aberto para denúncias de ações ilícitas de uma empresa, é essencial para não limitar a eficiência da estrutura de governança corporativa. Dessa forma, qualquer colaborador ou pessoa pode indicar a possibilidade de fraudes ou falhas.

Depois da ouvidoria receber a denúncia e fazer sua análise prévia, ela passa a responsabilidade para a corregedoria, que passa a investigar de maneira mais aprofundada e deverá aplicar ações corretivas.

CEO / Diretores

O papel do CEO e dos diretores na estrutura de governança corporativa é implementar ações para atingir as metas estabelecidas para o faturamento e crescimento da organização, respeitando sempre as diretrizes e políticas definidas pelo conselho administrativo.

Vale destacar que a equipe de diretores deverá reportar-se ao CEO, para que este transmita as informações ao conselho administrativo, sócios, investidores e outros membros da cúpula da empresa.

Acionistas e investidores

Por fim, é válido afirmar que os acionistas, investidores e outros stakeholders também desempenham ações importantes para a boa governança corporativa. Eles irão interagir com a empresa e funcionar como uma fonte externa de fiscalização e cobrança. 

Conclusão

Seguir uma estrutura de governança corporativa bem sólida, ciente de sua responsabilidade em todos os seus níveis, é essencial para implantar essa prática e desfrutar de todos seus benefícios.

Como podemos ver, as boas práticas de governança são essenciais para valorizar a imagem e as ações de uma empresa, seja para investidores, acionistas ou mesmo parceiros comerciais em busca de uma qualificação de fornecedores mais eficiente.

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